domingo, 10 de julho de 2011

Consultando Documentos



CONSULTANDO DOCUMENTOS DA IGREJA - Lumen Gentium
15º Domingo Comum

Na segunda leitura de hoje (10/07/2011) ouvimos de São Paulo: - “Irmãos, eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós”. (Rm 8,18). Sobre esse assunto consultemos o Compêndio do Vaticano II.
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Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, capítuloVII – índole escatológica da Igreja peregrina e sua união com a Igreja celeste

Capítulo VII - A natureza escatológica da Igreja peregrina e sua união com a Igreja do céu

. Nossa vocação escatológica

Em Cristo Jesus somos todos chamados a pertencer à Igreja e, pela graça de Deus, a alcançar a santidade. Mas a Igreja só chegará à perfeição na glória celeste, juntamente com o gênero humano, com o qual está intimamente unida e através do qual alcança o seu fim, quando vier o tempo da restauração de todas as coisas (1) e o mundo chegar à plenitude em Cristo (2).


(1) - At 3, 21 “É necessário, porém, que o céu o receba até os tempos da restauração universal, da qual falou Deus outrora pela boca dos seus santos profetas.”

(2) - Ef 1, 10 “para realizá-lo na plenitude dos tempos - desígnio de reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra.”

- Cl 1, 20 “e por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas, por intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quanto existe na terra e nos céus.”

- 2Pd 3, 10-13 “10. Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém. 11. Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade,
12. enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados! 13. Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça.”

Levantado da terra, Cristo atraiu tudo a si (3). Ressuscitando dos mortos (4) derramou nos discípulos seu Espírito vivificador, fazendo de seu corpo, a Igreja,
sacramento universal da salvação. Sentado à direita do Pai, opera continuamente no mundo, conduzindo os homens à Igreja para mantê-los unidos mais intimamente a si mesmo, alimentá-los com seu próprio corpo e sangue e torná-los participantes de sua vida gloriosa.


(3) - Jo 12,32 “E quando eu for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim.”
(4) - Rm 6,9 “pois sabemos que Cristo, tendo ressurgido dos mortos, já não morre, nem a morte terá mais domínio sobre ele.”

A renovação prometida que esperamos já começou em Cristo. Continua na missão do Espírito Santo e, por seu intermédio, na Igreja em que apreendemos, na fé, o sentido de nossa vida temporal, nos fixamos na esperança dos bens futuros, construímos a obra que nos foi confiada pelo Pai neste mundo, alcançando nosso fim e realizando nossa salvação (5).

(5) - Fl 2, 12” Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor, não só como quando eu estava entre vós, mas muito mais agora na minha ausência.”

O fim dos tempos já chegou (6). A renovação de todas as coisas foi definitivamente realizada e até, de certa maneira, antecipada neste mundo. A Igreja é realmente santa, embora de modo ainda imperfeito.



Enquanto não se manifestam os novos céus e a nova terra, em que prevalecerá a justiça (7), a Igreja peregrina conserva o perfil desse mundo, passageiro, nos seus sacramentos e instituições. Vive em meio às criaturas que por enquanto gemem e sofrem as dores do parto, na expectativa da revelação dos filhos de Deus (8).

(6) - 1Cor 10, 11 ” Todas estas desgraças lhes aconteceram para nosso exemplo; foram escritas para advertência nossa, para nós que tocamos o final dos tempos.”

(7) - 2Pd 3, 13 “Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça.”

(8) - Rm 8, 19-22 “19. Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus. 20. Pois a criação foi sujeita à vaidade (não voluntariamente, mas por vontade daquele que a sujeitou), 21. todavia com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção, para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus. 22. Pois sabemos que toda a criação geme e sofre como que dores de parto até o presente dia.”

Unidos a Cristo, na Igreja, e marcados pelo Espírito Santo, “que é penhor de nossa herança” (9), chamados filhos de Deus, como de fato o somos (10), ainda não aparecemos com o Cristo na glória (11). Só então seremos semelhantes a Deus, pois, o veremos como é (12). “Enquanto habitamos neste corpo, estamos fora de casa, longe do Senhor” (13) Gememos intimamente, embora possuindo as primícias do Espírito (14), no desejo de estar com Cristo (15). Deixemo-nos pressionar pelo mesmo amor, para vivermos cada vez mais em função daquele que morreu por nós e ressuscitou 16).



(9) - Ef 1, 14 ; (10) - 1Jo 3, 1 ; (11) - Cl 3, 4 ; (12) - 1Jo 3, 2 ; (13) - 2Cor 5, 6; (14) - Rm 8, 23; (15) - Fl 1, 23 ; (16) - 2Cor 5, 15

Procuremos agradar o Senhor em tudo (17) , vestindo a armadura de Deus, para que possamos superar as insídias do diabo e resistir nos momentos difíceis (18).



(17) - 2Cor 5, 9 “É também por isso que, vivos ou mortos, nos esforçamos por agradar-lhe.”

(18) - Ef 6,11-13 “11. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. 12. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares.13. Tomai, por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever.

Como não se sabe o dia nem a hora, é preciso vigiar, de acordo com o conselho do Senhor, para que ao fim de nossa única vida terrestre (19), mereçamos entrar com ele e com todos os bem-aventurados para as núpcias (20) e não sejamos mandados para o fogo eterno (21) Mt 25, 31), como servos maus e preguiçosos (22) , nem relegados às trevas exteriores, onde “haverá choro e ranger de dentes” (23).

(19) - Hb 9,27; (18) - Mt 25, 31-46; (20) - Mt 25, 31; (21) - Mt 25,31-46; (22) - Mt 25,26; (23), Mt 13; 25, 30.

Antes de reinarmos com o Cristo glorioso “devemos todos comparecer diante do seu tribunal, a fim de que cada um receba a recompensa daquilo que tiver feito durante sua vida no corpo, tanto para o bem, como para o mal” (24) .

(24) - 2Cor 5, 10 “No fim do mundo, “aqueles que fizeram o bem vão ressuscitar para a vida; os que praticaram o mal, vão ressuscitar para a condenação”

- (Jo 5, 29 “os que praticaram o bem irão para a ressurreição da vida, e aqueles que praticaram o mal ressuscitarão para serem condenados.”

- Mt 25, 46 “E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna.”


Julgando “que os sofrimentos do momento presente não se comparam com a glória futura, que será revelada em nós” (25), fortificados pela fé, ficamos na expectativa “da bendita esperança, isto é, da manifestação da glória de Jesus Cristo, nosso grande Deus e salvador” (26) “que vai transformar nosso corpo terreno e torná-lo semelhante ao seu corpo glorioso” (27) e que virá para “ser glorificado na pessoa de seus santos e para ser admirado em todos aqueles que acreditaram (28).

(25) - Rm 8, 18 “Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada.”
- 2Tm 2, 11-12 “11. Eis uma verdade absolutamente certa: Se morrermos com ele, com ele viveremos. 12. Se soubermos perseverar, com ele reinaremos.”
(26) - Tt 2, 13 “na expectativa da nossa esperança feliz, a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo,”
(27) - Fl 3, 21 “com a esperança de conseguir a ressurreição dentre os mortos.”